ÁGUA BRANCA
Tento acompanhar meus passos
olhar para baixo
de cabeça baixa
a crista baixa
e o silêncio que percorre folhagens
secas
quase sempre secas
Se fosse mais velho
falaria em roubo e peculato
e da vontade de entender o que acontece
Mas acompanho
o desespero dos peixes
que deslizam
e se desmontam
sob meus tênis
Algumas manhãs são assim
arrastando pedras no parque
quando não
atrás do meu filho
que corre atrás de uma bola
até o lago espesso
e sem reflexo
sucessivamente.
HEITOR FERRAZ
Inimigo Rumor 13
2Âş semestre 2002
Revista de poesia Brasil e Portugal
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