XIX
E atrás de mim o som.
Os sinais de um despertar insistente,
como se uma trombeta tocasse
através da cidade deserta.
Entra na minha pele,
faz nós na minha carne,
as minhas células aterrorizadas agitam-se.
E em breve será a noite,que permanece.
Estende-se indefinidamente
- glóbulo de um ressoar fervilhante.
À minha frente as folhas cintilam,
amarelas, nervuras no chão.
Estalam, estalam os meus
passos. Houve um tempo em que estava vivo.
Assim creio.
E talvez livre,
como os animais. Gritando como eles,
ébrio de vento.
Péter Zirkuli
O INSTANTE LUMINOSO
Tradução colectiva
( Mateus, Abril de 1995)
revista e apresentada
por Nuno Júdice
Quetzal Editores/1997
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