# 15
[estás junto a mim numa prateleira]
escorre água entre as nossas cabeças de oxácido
repara na trepadeira na hera
olha como se enrola na tua língua
esperanto e anjo de aberta madrepérola
que nojo
ainda se em ti o corpo fosse absoluto
ainda que
ainda que
se
um corpo fosse absoluto mas
a tua língua penetrando a hera
que nojo
volto muitas vezes ao lugar onde caíste exausta
sobre o meu peito
suando a última vez que caíste
sobre o meu peito
exausta suando
volto a esse dia e em mim estremece um ácido / como
esta água que agora escorre entre as nossas cabeças
[numa prateleira]
que nojo ver-te assim outra vez
exausta sobre um peito
caída lambendo suando
que desejo
Frederico Mira George
Quarenta Romances de Cavalaria e Outros Poemas
Dom Quixote
Sem comentários:
Enviar um comentário