quinta-feira, agosto 09, 2007

Jorge de Sousa Braga

IBISCO


Há sempre lugar
para um ibisco crescer ou florir
Numa coluna de mármore
num muro caiado de branco
sob o azul celeste
ou até num poema
breve como este



Jorge Sousa Braga
O Poeta Nu
(poesia reunida)
Assírio & Alvim






ÚLTIMA SAUDAÇÃO


Todas as manhãs corria até chegar ao cimo do monte. Queria ser o
primeiro a saudar o sol. Abria as janelas e deixava que o primeiro
raio de sol se refractasse nas águas ainda adormecidas do meu ser.
Hoje, um artigo de jornal veio lembrar-me que o sol - também
ele - um dia se há-de extinguir. E nem o facto de isso só vir a acon-
tecer daqui a alguns milhões de anos conseguiu atenuar a minha dor.



Jorge Sousa Braga
O Poeta Nu
(poesia reunida)
Assírio & Alvim

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