
Marceau, cujas circunstâncias de falecimento não foram reveladas pela família, será sepultado nos próximos dias no cemitério parisiense Père Lachaise.
O actor, nascido em Estrasburgo em 22 de Março de 1923, tornou-se um dos artistas franceses mais conhecidos no mundo, em especial nos Estados Unidos onde o seu movimento da "marcha contra o vento" marcou uma revolução na cena teatral, que inspirou por exemplo "Moonwalk", de Michael Jackson.
O seu nome de família original era Mangel, mas Marceu alterou o apelido para escapar durante a Segunda Guerra Mundial à perseguição aos judeus pelos nazis, que em 1944 assassinaram o seu pai, deportado para o campo de concentração de Auschwitz.
Desde pequeno que admirava os "artistas silenciosos" do cinema mudo como Charlie Chaplin, Buster Keaton ou Harry Langdon, os quais se esforçou por imitar, inspirando-se ainda nos palhaços da Commedia dell'Arte e nos gestos estilizados da representação teatral chinesa.
Ingressou na escola de arte dramática Charles Dullin, em 1946, onde travou uma relação especial com o professor Etienne Decroux e um ano mais tarde criou o personagem Bip, um ser marcado pela sensibilidade e pela poesia que lhe permitiu explorar a sociedade moderna concentrando-se na sua dimensão trágica.
No cinema trabalhou com o director Roger Vadim em "Barbarella" (1968) e com Mel Brooks em "A Última Loucura" (1976), duas fitas que ainda contribuíram mais para a sua fama internacional.
O grande mímico francês afirmava que "a palavra não é necessária para exprimir o que se sente no coração". Reconhecido pela sua versatilidade teatral, o artista foi nomeado Embaixador da Boa Vontade das Nações Unidas para o Envelhecimento.
Em 2005, aos 82 anos, Marceau fez uma digressão de despedida pela América Latina, passando por Cuba, Colômbia, Chile e Brasil.
in Expresso
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