quarta-feira, maio 31, 2006
Tagore
Obra de Tagore
"QUERO SER O POETA DA NOITE"
Noite, velada Noite,
faz-me teu poeta!
Deixa-me entoar as canções
de todos aqueles
que, pelos séculos dos séculos,
se sentaram em silêncio
À tua sombra!
Deixa-me subir ao teu carro sem rodas
que corre silencioso de mundo a mundo,
tu que és rainha do palácio do tempo,
escura e formosa!
Quantos entendimentos ansiosos
penetraram mudos no teu pátio,
vaguearam sem lâmpada pela tua casa,
À tua procura!
Quantos corações, que a mão do Desconhecido
atravessou com a flecha da alegria, romperam em cânticos
que sacudiam a tua sombra
até aos alicerces!
Faz-me, ó Noite,
o poeta destas almas despertas
que contemplam maravilhadas,
À luz das estrelas,
o tesouro que encontraram
de repente;
o poeta do teu insondável silêncio,
ó Noite!
Rabindranath Tagore
(Prémio Nobel da Literatura em 1913).
"O Coração da Primavera"
Editorial A.O. - Braga
textos escolhidos e traduzidos por Manuel Simões
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2 comentários:
RabĂndranáth Thákhur (रवीन्द्रनाथ ठाकŕĄ�र), ocidentalizado Tagore, (6 de maio de 1861 em Calcutá, ĂŤndia - 7 de agosto de 1941 em Calcutá) foi escritor, poeta e mĂşsico indiano.
O primeiro asiático a receber o PrĂ©mio Nobel da Literatura em 1913. Nasceu em Calcutá, na ĂŤndia, e estudou Direito na Inglaterra de 1878 a 1880. Retornando ao paĂs em 1890 para administrar propriedades agrĂcolas da famĂlia, dedica-se ao desenvolvimento da agricultura e a projetos de saĂşde e educacionais. Com formação filosĂłfica, chega a criar uma escola em 1901, dedicada ao ensino das culturas e filosofias ocidentais e orientais. Sua obra poĂ©tica compreende uma coleção de 3 mil poemas em lĂngua bengali sobre temas religiosos, polĂticos e sociais. A obra em prosa, orientada por preocupações humanistas, Ă© extensa. Inclui oito novelas, 50 ensaios e contos. Como mĂşsico, compõe 2 mil canções. O volume de poesias mais conhecido Ă© Oferenda PoĂ©tica (1913-1915). Seus Ăşltimos trabalhos, entre eles, Cantos Musicais (1910), sĂŁo classificados dentro do simbolismo. Renuncia, em 1919, ao tĂtulo de Sir em protesto contra a polĂtica britânica em relação ao Punjab.
"O homem sĂł ensina bem o que para ele tem poesia" - RabĂndranáth Thákhur
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