segunda-feira, março 19, 2007

Pablo Neruda

XXVIII

o quadrado ao cristal chega caindo
da sua simetria:
aquele que abre os umbrais da terra
acha na escuridão, claro e completo,
a luz deste sistema transparente.

O cubo do sal, os triangulares
dedos do quartzo: a água linear
dos diamantes: e o labirinto
do enxofre e seu gótico esplendor:
e adentro da noz da ametista
os rectâng`los em multiplicação:
eu achei tudo isto sob a terra:
geometria enterrada:
a escola do sal: ordem do fogo.

Pablo Neruda
Por Outras Palavras
António Manuel Couto Viana
vega

Sem comentários: