sexta-feira, outubro 05, 2007

António Lobo Antunes

Entrevista a António Lobo Antunes (escritor): "A morte é uma puta"


JOÃO CÉU E SILVA
NUNO FOX (imagem)

Eu agora jogo com as cartas para cima, está tudo à vista porque é a única maneira de viver. Demorei anos a perceber porque o conhecimento da vida chega sempre tarde e pensamos que ocultando conseguimos dar boa imagem aos outros. Agora é: eu sou assim! Peguem, larguem, não posso ser amado pelo mundo inteiro embora a sede de amor seja inextinguível.

Qual é a sua atitude perante Deus?

Existe um velho provérbio húngaro que diz que na cova do lobo não há ateus, por isso julgo que não existe quem não acredite. O nada não existe na física ou na biologia e quando se lêem os grandes físicos entende-se como eram homens profundamente crentes, que chegaram a Deus através da física e da matemática e que falavam de Deus de uma maneira fascinante. A minha relação é a de um espírito naturalmente religioso, cada vez mais, não no sentido desta ou daquela igreja mas porque me parece que a ideia de Deus é óbvia. Cada vez mais o é para mim. É um bocado como diz Einstein, quando afirma que Deus não joga aos dados.

http://dn.sapo.pt/2007/09/30/artes/entrevista_a_antonio_lobo_antunes_es.html

1 comentário:

miruii disse...

A grandeza de um escritor mede-se também por aqui: numa entrevista, leitores dos mais diversos quadrantes vão buscar inspiração.
Gostei de andar por aqui.
Obrigado pela visita. Leste a minha «reflexão», logo abaixo?
Piquei, fui