sábado, setembro 29, 2007

Mário Henrique Leiria

CANÇÃO DA MANHÃ


como os estranhos pássaros nascidos em tua boca
como os rios que te correm entre os olhos
como as esmeraldas que formam as asas dos teus ombros
como os longos ramos da árvore do sono do teu braço
como o grande espaço em que o teu corpo repousa
deitado na tua própria mão
como a tua sombra idêntica à nuvem
que se encontra com o mar
assim é a presença que de ti tenho
nas noites em que o fogo se acende
nas montanhas longínquas e fulgurantes
quando os meus passos me projectam
para os mais elevados cumes solitários
quando o sangue canra
através do aço vibrante do meu corpo
levando-me ao longo do caminho de flores rubras
que tu plantaste
assim é o desejo de te encontrar
nascida nas minhas mãos
erguida como torre duma catedral perdida
envolta na minha boca
caminhando comigo
pela estrada que nossos pés abrirão triunfantes


MÁRIO HENRIQUE LEIRIA (1923-1980)
A Única Real Tradição Viva
Antologia da Poesia Surrealista Portuguesa
(organização de Perfecto E. Cuadrado)

sexta-feira, setembro 28, 2007

Hélder Batista

EUA: Escultor Hélder Batista vence grande prémio de medalha

O escultor português Hélder Batista, de 75 anos, venceu o grande prémio do congresso da Federação Internacional de Medalhística, que está a decorrer nos Estados Unidos, tendo sido escolhido entre 150 artistas seleccionados.
O escultor venceu aquela que é considerada a maior distinção na arte da medalhística com a medalha comemorativa dos 50 anos da Igreja Paroquial de Santo António de Moscavide, de 2006 e cunhada em bronze.

Hélder Batista, nascido em Vendas Novas em 1932, formou-se na Casa Pia de Lisboa e na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa.

É autor de várias esculturas em locais públicos em Lisboa, Funchal, Oeiras e Montemor-o-Novo.

Expõe individualmente desde 1968 em Portugal e no estrangeiro.

Diário Digital / Lusa

21-09-2007 19:01:54

quinta-feira, setembro 27, 2007

Kazimir Malevitch



Banhistas, datação falsa: oficialmente 1908,
na realidade cerca de 1930
Óleo sobre tela, 59 x 48 cm
Sampetersburgo, Museu Russo



Banhista, 1911
Guache sobre papel, 105 x 69 cm
Amesterdão, Museu Stedelijk



Cabeça de jovem camponesa, 1912-1913
Óleo sobre tela, 80 x 95 cm
Amesterdão, Museu Stedelijk



Quadrângulo (geralmente apelidado "Quadrado negro Sobre Fundo Branco"), 1915
Óleo sobre tela, 79 x 79 cm
Moscovo, Galeria Tretiakov

O olho que vê tudo
1912-1914

Estala a revolta em Moscovo entre 1912 e 1913. O
Vanguardismo russo insurge-se contra o invasor,
quer seja fauve, cubista, futurista quer
venha do «Die Brücke» ou do «Blaue Reiter».
«É só depois de ter tomado consciência dos seus
recursos orientais, depois de se ter reconhecido
como asiática, que a arte russa entrará numa fase
nova e rejeitará o jugo vergonhoso e absurdo da
Europa, a Europa que nós já há muito
ultrapassámos», clama Benedikt Livchits no
«Arqueiro com Um Olho e Meio». Larionov faz coro:
«Somos contra o Ocidente que vulgariza as nossas
formas orientais...» Ao fundar o Raionismo,
movimento futurizante no qual o seguem Gontcharova,
Chetchenko, Ledentu e outros pintores, Larionov
pretende demarcar-se do movimento futurista italiano.
Quando Marinetti vai à Rússia, no início de 1914,
Larionov e Klebnikov mostram-se muito hostis à sua
ida, e para mostrar bem que eles fazem «outra coisa»,
baptizar-se-ão Futurianos ou Cubo-Futuristas.
Malevitch, por seu lado, não tem problemas
nacionalistas. Está demasiado consciente da cultura
asiática que nele está entranhada
para temer a influência da Europa. Pelo contrário,
ele. entende por bem não se privar dela, quer venha
de Paris quer de outro lugar, pois o seu único
objectivo é criar uma «arte universal»,
embora permanecendo enraizado no seu universo russo.
Já abandonou o Neo-Primitivismo, e as suas relações
com Larionov degradam-se.
O Raionismo não lhe interessa nada, e na exposição
«O Alvo», na Primavera de 1913, com obras marcadas
pelo Cubismo, Malevitch destoa no meio dos neoprimi-
tivistas e dos raionistas e ao mesmo tempo lança-se
para novos horizontes, onde irá fazer de chefe-de-fila
de um novo Vanguardismo russo. Não está sozinho e
aproxima-se dos futuristas que se reúnem em
Sampetersburgo, em casa de Matiuchine e Elena Guro.
Os poetas Alexis Krutchenik e Velimir Klebnikov,
a pintora Olga Rozanova, fazem parte dos membros mais
activos. Com Vladimir Maiakovski, os irmãos Burliuk e
Vassili Kamenski, que têm por base Moscovo, vão formar
um movimento futurista, rico e variado. Sob a assinatura
de David Burliuk, Krutchenik, Maiakovski e Klebnikov
vão publicar um violento manifesto intitulado «Bofetada
ao Gosto Público», que fará sensação: «Só nós somos
o rosto do nosso tempo... o passado é tacanho. A Academia
e Puchkine são mais incompreensíveis do que os
hierógiifos!»
A força de aplicar à letra o princípio de Cézanne,
que pretende que se geometrize tudo, Malevitch
apercebe-se de que quanto mais desenvolve esta análise
geométrica e quanto mais as obras que daí resultam
explodem, mais elas se tornam abstractas.
................................................................................
Gilles Néret
Kazimir Malevitch
1878-1935
eo Suprematismo
Taschen

quarta-feira, setembro 26, 2007

Arte: Johann Heinrich Füssli "Henry Fuseli"






Henry Fuseli (1741-1825)

Arte: Rosso Fiorentino






Rosso Fiorentino (1494-1540)